sexta-feira, 3 de março de 2017

Estátua dos Irmãos Orantes



 Em 8tubro de 2013 recebo uma mensagem da amiga Mariana Garcia de que uma estátua de mármore do Cemitério Municipal havia sido vandalizada e que recolhera os pedaços na esperança de recuperação, já que é muito bonita e única, inclusive bastante fotografada e estudada na vertente da arte cemiterial.
Mas afinal a quem homenageava a centenária e tão bela escultura?
Na parte antiga do terceiro cemitério da cidade de Santo Antônio da Patrulha, inaugurado em abril de 1884, perto da Cruz das Almas encontra-se o túmulo dos irmãos que na lápide diz:
   
    " FELECÍSSIMO SOARES
          Nasc.a 2 de Outubro de 1907
          Fall. a 4 de Fevereiro de 1908
      ENEDINA SOARES
          Nasc. a 12 de Março de 1909
          Fall. a 5 de Outubro do mesmo anno
     Filhos de Marcellino Soares Netto
     Saudades de seus paes"
     


Estátua ainda intacta no lugar há mais de cem anos, em fotos de 2012.
Fotos e recorte: Marcelo Fernandes

Marcellino Soares Netto, o pai do casal, nasceu em Gravataí em 2 de junho de 1877 e os primeiros registros que o mencionam datam de 25 de novembro de 1907, na edição nº 274 do Jornal A Federação, página 2, com a nota: Santo Antônio da Patrulha- O "Club Júlio de Castilhos" em sessão magna data, congratula-se convosco- Marcelino Soares Neto, Presidente.(Sic)
Em 1911 quando já possuía o Hotel Bela Vista, que pertencera ao sogro, Felicíssimo Flores de Jesus, (sobrado colonial provavelmente da primeira metade do século XIX) houve a necessidade de uma reforma geral em virtude de um outro sobrado contíguo ter sido demolido e afetado o antigo prédio que assim foi "modernizado" com técnicas e usos da época.


O Sr. Marcellino Soares Netto(primeiro sentado da direita pra esquerda) junto a importantes integrantes da sociedade Patrulhense.
Imagem cedida por: Renato José Lopes


Hotel Bela Vista em 1905, numa ilustração de Almanaque;
Imagem cedida por: Jorge Luis Stocker Jr.


Hotel depois da "modernização" em 1911
Esse prédio foi demolido em meados dos anos 70 e no local hoje encontra-se a Galeria Kury e já abrigou o Fórum por muitos anos, a localização é Marechal Floriano esquina com Maurício Cardoso.
Imagem cedida por: Henrique Reis Grandini

Marcellino Soares Netto era conhecido como Ciloca Soares e era casado com Anna Gomes de Jesus, a Nica do Sobrado, mãe do casal; nasceu em santo Antônio em 12 de janeiro de 1877 e faleceu em 2 de março de 1982, em Niterói-RJ.
Ciloca Soares foi festeiro do Divino em 1912 e de Santo Antônio em 1923, ano que foi vice presidente da comissão que retomou as obras da Igreja Matriz e conforme Ata, esteve presente na inauguração da primeira agência bancária no município, em 1919.
Seu ofício era de Coletor Federal desde 1910 e foi exonerado, por motivos políticos em 31 de maio de 1933, pertencia ao Partido Republicano Liberal-" Foi dos primeiros a filiar-se" segundo Flores da Cunha em carta pedindo sua recolocação no cargo(havia sido trocado por Luis Saraiva Gomes que atacou a Intendência na Revolução de 1923, o qual Marcellino fez parte da comitiva de resposta da impossibilidade de rendição por parte do Cel. Paulo Maciel de Moraes, Intendente à época).
Foi enviado para Vitória, no Espírito Santo e, algum tempo depois, para a Coletoria de Arroio Grande-RS e finalmente para Porto Alegre onde se aposentou e faleceu em 24 de março de 1941.

Até hoje a mais que centenária obra está segura, recuperada(2014/15) e guardada desde 2013 a espera de uma decisão se volta pro lugar original, ou quem sabe uma cópia..

Colaboraram: Renato José Lopes e Cel. Clóvis Antônio Soares
Pesquisa: Biblioteca Nacional (Hemeroteca Digital Brasileira), Reminiscências de Minha Terra Santo Antônio da Patrulha de Juca Maciel. Raízes Santo Antônio da Patrulha Re-Conhecendo sua História.
À Mariana Garcia pela sensibilidade em recolhê-la


Assim ficou a estátua depois de vandalizada.
 
Parte de trás antes de higienização
Seleção e higienização dos pedaços





Montagem e colagem dos pedaços, num verdadeiro quebra cabeças gratificante. Dois meses depois voltei ao local para procurar algumas partes faltantes e para surpresa minha lá estavam.
 Usei pó de mármore com resina para aproximar o máximo possível da tonalidade original


 
                                                        Obra totalmente remontada

                                                             
                                                            Fotos: Marcelo Fernandes.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A mais antiga casa de Santo Antônio ainda em pé.

Enquanto o futuro Rei Luiz XVI se casava com a austríaca Maria Antonieta e o Capitão inglês James Cook reclamava a Austrália para  o Império britânico, nascia na Alemanha, Ludwig Van Beethoven e por aqui a mineração do período colonial mineiro começava sua decadência e, alheio a tudo isso, um senhor na altura de seus trinta anos construía sua casa em um lugar aprazível, não longe da pequena Freguesia que nascia após a construção de uma Capela feita por Inácio José de Mendonça e sua esposa Margarida da Exaltação da Cruz. Lá nos anos de 1770*
Mas afinal quem era este senhor?
Alguns anos após, em 1815, quando já Napoleão perdera a guerra nos campos de Waterloo;
 Passava por aqui em visita pastoral o Bispo do Rio de Janeiro, Dom José Caetano da Silva Coutinho o qual escrevera as impressões em seu diário, que se encontra no Arquivo do Arcebispado do RJ: "...Pedro Rodrigues hé um homem raro; Velho de 74 anos hé um esthusiasta da Religião, e deste bom princípio procedeu a folia da bandeirinha, com que me foi esperar nas praias da Lagoa Formosa*, e que lhe rasgarão com grande magoa minha..."
Ali na localidade de Lomba Vermelha, no início de sua subida, à direita, em direção a Santo Antonio ainda existe a casa de Pedro Rodrigues de Oliveira, pai de Paschoa Rodrigues de quem ela herdou também as terras onde hoje o local é conhecido como Lomba da Páscoa.
*Lagoa Formosa era o nome da Lagoa dos barros nos primórdios da ocupação do território.
*1770/80- Década estimada de sua construção pela idade de seu proprietário. Fonte: Reminiscências de Minha Terra-José Maciel Júnior-EST/ Guarda Velha de Viamão-Ruben Neis-EST/Sulina.

A casa. 235 anos, ou mais.
Raridade ainda em pé.
Transmite a aura de quem presenciou 1/4 de milênio.
Detalhes.
Detalhes.
Janela da história.
Já foi Olaria e estábulo. Hoje guarda materiais diversos.
As telhas antigas ao redor sugere outras casas. Segundo Seu  Juca Maciel eram  "casas" de  Pedro  Rodrigues.
                                                                         
Bela  foto dos anos 90.

sábado, 14 de abril de 2012

Ontem e Hoje.

Década de 1910/20   foto Acervo do Museu Caldas Júnior
Década de 1910/20. Acervo Museu Caldas Júnior.
2012.
Década de 1970.
2012.
Década de 1970. Acervo Museu Caldas Júnior.
2012. 
Décadas de 1910/20.
2012.
2006.
2006. 

domingo, 1 de abril de 2012

O dia em que a Fonte Imperial virou piscina.

Num sábado, dia 7 de janeiro de 2012, estive com minha filha na Fonte e notei que a água que sai da boca do monumento estava na altura do 1º degrau, achei estranho, nunca tinha visto aquilo e achei que fosse folhas caídas das árvores impedindo sua total passagem para o riacho que ela forma(sendo uma das nascentes do Arroio Ramos e consequentemente do rio Gravataí de vital importância para a Grande porto Alegre). Pois na terça-feira dia dez chega um sobrinho e me diz: Tio, passei agora pela fonte e ela está cheia dágua. Era hora do almoço e larguei tudo para verificar e confesso que fiquei temeroso com o que ví. Não sou especialista em engenharia, mas pensei que se a água ficasse muito tempo infiltrando no monumento e ele sendo praticamente de barro, viria sem dúvida a cair ou avariar seriamente, e justo agora que tinha acabado de ser restaurado. Foi um corre-corre avisando Prefeitura, rádios, bombeiros...
Foi constatado que crianças haviam entupido a saída dágua e de forma de difícil solução e a pessoa designada para cuidar estava em licença de saúde. Ela sempre sofreu com esse tipo de vandalismo "inocente" como: pichações, quebra de luminárias, roubo de lâmpadas, mas essa foi inédita. Alguns de nós moradores da volta até comentamos que nunca tivemos essa ideia de fazer da área interna dela uma piscina. Na sexta, dia 13, lá estavam alguns funcionários da Prefeitura entre eles o Neco, e também o Secretário Fernando Lauck. "todos metendo a mão" e logo em seguida dois soldados dos Bombeiros a tentar desentupir o lago formado, o que não foi fácil, foi necessário abrir um buraco de uns 2 metros, encontrar o antico encanamento e tentar tirar o objeto que a entupia. Depois descoberto: Uma embalagem de kiboa e mais uma pet de 600ml. Qdo a água começou a jorrar foi um alívio para todos e agora ela esta tranquila aos seus 165 anos de história e aqui fica mais uma.
Era um dia muito quente e deu vontade de entrar em suas límpidas águas.

Cabe salientar que no dia do desentupimento a água já tampava a data e o 2º degrau da escada.




Vandalismo gratuito.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Jean Baptiste Debret pinta Santo Antônio.

Jean Baptiste Debret (Paris, França 1768 - idem 1848) integra a Missão Artística Francesa, que vem ao Brasil em 1816. Instala-se no Rio de Janeiro e, a partir de 1817, torna-se professor de pintura em seu ateliê. Em 1818, realiza a decoração para a coroação de D. João VI, no Rio de Janeiro. De 1823 a 1831, é professor de pintura histórica na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, atividade que alterna com viagens para várias cidades do país, quando retrata tipos humanos, costumes e paisagens locais. Por volta de 1825, realiza gravuras a água-forte, que estão na Seção de Estampas da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Em 1829, organiza a Exposição da Classe de Pintura Histórica da Imperial Academia das Belas Artes, primeira exposição pública de arte no Brasil. Deixa o Brasil em 1831, retorna a Paris com o discípulo Porto Alegre. Entre 1834 e 1839, edita, em Paris, o livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, em três volumes, ilustrado com aquarelas e gravuras produzidas com base em seus estudos e observações.



Viagem pitoresca

Em 1827, Debret decidiu integrar um grupo de tropeiros que viajava para o Rio Grande do Sul. Ao regressar ao Rio de Janeiro, três anos depois, havia passado por cinco províncias brasileiras e coletado informações suficientes para lançar sua maior obra – Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, espécie de álbum de gravuras com 153 reproduções de suas pinturas.







Fonte:Clickeducação.com.br






REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LIMA, Valéria - Uma Viagem com Debret, {coleção: Descobrindo o Brasil} Ed. Jorge Zahar, RJ - 2004.


Na pintura nota-se que Debret compilou o que mais lhe chamou a atenção, já que naquele tempo a estrada passava pelo entorno da Lagoa dos Barros pelo lado sul tendo a vista dos belos morros. Adicionou a larga rua e a primeira Capela que ficava no final dela e pintando na perspectiva certa, ao fundo, o inconfundível Cantagalo. Esta é sem dúvida a gravura conhecida mais antiga de nossa cidade. 
A imagem pertencente a publicação: História Ilustrada do Rio Grande do Sul-1998- CEEE; Me foi enviada pelo Jorge Luis Stocker Jr. de Campo Bom-RS que é Delegado Regional do Vale do Sinos e Encosta da Serra da Defender-Defesa Civil do Patrimônio Histórico. A original pertence ao acervo do Museu Júlio de Castilhos de Porto Alegre.

domingo, 27 de novembro de 2011

Ontem e hoje.

Inauguração e bênção da Casa Canônica em 1953.

Restaurada em 2005. Foto de 2011.
Mal. Floriano. 1973.

2011.
Monjolo. 1958.

2011.
Foto do interior do prédio mostrando o secador de arroz da Empresa Osório, Lopes & Cia em 1938. Ano de sua inauguração. Foto: Mario Antonio Barcelos.

Local em 2011.
Acredito que dos anos de 1960.

2011.
Entrada da rua Santo Antônio, final dos anos 70 ou início dos 80.

2011.

1956.

2011.
A casa branca que aparece ao fundo ficava atravessada na rua.

2011.
Década de 1940. Esta casa da esquerda foi o local onde se instalou a 1ª Câmara em 1811.

Início dos anos de 1970.

2011.
Av. Borges de Medeiros. Década de 1960.

2011.
Estrada Real: Como era chamada a RS30. Anos de 1930. Em primeiro plano, Guilhermina, a filha do fotógrafo Severo Horgnies.

RS30. 2011. A casa hoje em ruínas pertenceu ao Carmelindo Castilhos, parente de Jùlio de Castilhos e foi soldado na Revolução de 1930.
Setembro de 1947.

Novembro de 2011.
Bernardo Luz e família diante de sua casa. Anos de 1920.

Biblioteca Pública Júlio Costa. 2011.
Presídio Estadual. 1956.

2011.
Antiga Intendência Municipal, rua do Vinagre, anos de 1920.

Hoje Mal. Floriano, 2011.
Borges de Medeiros, logo abaixo da antiga casa do dentista João Batista.Acredito que esta foto seja do final dos anos 70.

2011.
Antiga Sede dos Correios na Av. Borges. Anos 50.

2011.
Década de 1930.

2011.
Rodoviária em foto de 1951. Foto acervo do Museu Caldas Júnior.

O local em foto de 2011.
Esquina da Cel. José Nunes com Mal. Floriano. 1973. Foto Alexandre Fernandes.

 Mesmo local em 2011.
Mal. Floriano anos de 1950. Imagem do livro Reminiscências de Minha Terra- Juca Maciel.

2011.